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quarta-feira, 2 de junho de 2010

Por trás da “qualidade total” está o desafio de inovar

Vicente Falconi é o cara da “Gestão pela Qualidade” no Brasil. A história que está por trás do (merecido) sucesso dessa abordagem gerencial, ilumina outas coisas igualmente importantes.
Nos anos 80, os Japoneses estavam fazendo uma devastação em mercados antes dominados por produtos americanos.A mentalidade dominante (mentalidade americana típica) era -”é normal que certo percentual de carrros saia com defeitos da fábrica.Defeitos são algo intríseco ao processo de fabricar carros”. Carros são só exemplo,pensava-se assim para qualquer produto. A mentalidade japonesa de produção rejeitava isso.”Todo defeito tem de ter uma causa.Procure a causa,elimine-a,e você reduz os defeitos a zero.Não há nada “intrínseco” em produção com defeito.É desleixo. É falta de gestão”.Muito simplificadamente,o que a revolução da qualidade fez foi trazer disciplina, método e ferramentas para resolver ineficiências operacionais. Coisas simples,nada sofisticadas, mas extremamente efetivas.Nada a ver com estratégia,poisicionamento no mercado, ou coisas mirabolantes.Estratégia é coisa para poucos, produção eficiente depende da galera. Trabalhe a galera.
O Brasil ,na virada dos anos 80 para os 90 (Collor) começava a se abrir para o mundo.Nossas maiores empresas tiveram de se expor globalmente.A metodolgia da qualidade total passou a ser demandada.O “método “,como eles chamam, produz efeito.Funciona e continuará popular ,pois há muita,muita ,ineficiência a ser resolvida com métodos simples assim. Água e sabão.O sucesso é merecido.
Hoje porém,20 anos depois do auge da “revolução da qualidade total”, há uma nuance nova. Muitas empresas (não todas,mas boa parte delas ) já chegou ao patamar de ótima qualidade operacional .Os maiores bancos brasileiros,por exemplo, nada ficam a dever em eficiência aos melhores do mundo.Produtores industriais como a Gerdau idem.Empresas que já atingiram esse patamar sempre podem melhorar, mas essa melhoria será só para manter o direito de continuar no jogo.
Dinheiro novo não virá de mais mehoria contínua,virá de inovação. Alguém tem de fazer com inovação o que Falconi e seus seguidores fizeram com a qualidade total: sistematizar e criar ferramentas que permitam que qualquer um possa inovar. Inovação não pode ser só para gênios(Steve Jobs etc…).Por enquanto ninguém conseguiu chegar a isso que,para mim,será o próximo estágio de “inovação”-ela será transformada em processo gerencial rotineiro via método e diasciplina. Inovação será capturada em ferramentas simples.Inovação para pessoas comuns, não para gênios.

Publicado por: www.epocanegocios.globo.com em 02/12/2009

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